Poeta, diplomata e único chileno a ganhar o Nobel de Literatura, Pablo Neruda não é só conhecido pelas suas obras escritas. As suas residências, tanto na capital Santiago quanto em outras partes do país, são obras de arte que falam por si. A sorte, para nós turistas, é que elas são abertas ao público e indispensáveis para quem vai ao Chile.
Hoje te apresento um pouco sobre La Chascona, La Sebastiana e Isla Negra, as casas que ajudaram a inspirar Pablo Neruda.
La Chascona
Construída em 1953 para homenagear Matilde Urrutia, amante de Neruda, La Chascona (Descabelada, apelido de Matilde) é uma atração imperdível para quem visita Santiago.
Localizada no bairro de Bellavista e próximo ao Cerro San Cristóbal, a construção foi casa de Neruda entre 1955, ano em que separou-se de sua esposa, e 1973, quando o escritor morreu.
A casa, cujo projeto é do catalão Germán Rodríguez Arias, atendeu a um grande desejo de Neruda, que era de ter uma casa que desse vista para a Cordilheira dos Andes, onde pudesse ver a trajetória que fazia a luz solar diariamente.
Comumente usada para reunir os membros do Partido Comunista, a casa foi alvo de vândalos logo após o Golpe Militar que aconteceu no Chile naquele mesmo ano de 73. Mesmo com a estrutura da casa totalmente devastada pelos terroristas, Matilde fez questão que o corpo de Pablo fosse velado na casa. Ela continuou morando em La Chascona até 1985, quando faleceu.
Hoje em dia, é possível apreciar o museu e conhecer um pouco mais sobre Neruda. Estão expostos itens do poeta, obras de artistas chilenos e dos demais cantos do mundo. Além disso, é possível conferir artefatos africanos, que Pablo trouxe quando era embaixador no continente.
La Sebastiana:
Casa de Veraneio de Neruda, La Sebastiana fica em Valparaíso, região litorânea do Chile, 90 minutos distante de Santiago.
A residência foi comprada por Pablo em 1959, após incessante pesquisa. O poeta queria passar um tempo longe da capital e tirar férias em um local mais tranquilo.
Localizada na subida do Cerro Florida, a casa tem uma vista incrível para o Oceano Pacífico e para a orla da praia. Da janela do 2º andar, o Nobel de Literatura admirava os fogos de réveillon, algo que realmente o encantava.
A casa foi inaugurada no aniversário da independência chilena, 12 de fevereiro de 1961 e foi frequentada por Neruda até a sua morte. Após isso, a casa foi saqueada e deteriorou-se. No ano de 1999, entretanto, a residência foi reformada e reestruturada, tendo início o museu, que funciona desde então.
Quem visitar La Sebastiana vai ter a oportunidade de encontrar quadros, mapas e retratos históricos. Além disso, vai conhecer os artigos peculiares que Neruda comprava no porto de Valparaíso, como caixinhas musicais, vitrais coloridos e até pássaros embalsamados.
Isla Negra:
Construída em El Quisco, a casa de Isla Negra é a mais antiga entre as 3 de Pablo Neruda. O poeta comprou-a de um marinheiro espanhol na década de 1930, assim que voltou da Europa.
O nome Isla Negra se deve às pedras que ficam na orla da praia e à solidão da casa em relação às demais, quase configurando uma ilha.
Dentro da casa é possível observar o amor de Neruda pelo mar e tudo que a vida na água oferece. São réplicas de navios, peças de embarcações e areias coloridas. Uma dessas garrafinhas de areia foi entregue pelo escritor baiano Jorge Amado, em visita ao Chile.
A residência era, de longe, a preferida de Pablo. Foi lá que o poeta passou os seus últimos dias, sendo levado de Isla Negra para o hospital em Santiago, onde viria a falecer em 1973.
Com o desejo sendo manifestado de forma escrita no poema Disposiciones, Pablo Neruda está enterrado na casa à beira-mar, assim como Matilde Urrutia, seu grande amor.
Na visita, o turista consegue observar tudo o que Neruda mais amava, como as peças de embarcações e o mar que estava à frente do poeta.
*Devido à pandemia, os museus chegaram a suspender suas atividades. É importante conferir o funcionamento antes de ir
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