Literatura e viagem se unem em roteiro de experiências afetivas para leitores apaixonados. (Foto: Divulgação)
Explorar destinos que serviram de cenário para obras literárias é uma forma de conhecer o Brasil por meio da sua cultura, história e imaginação. De Curitiba ao Vale do Urucuia, do Pantanal à Amazônia, diversas regiões do país se transformaram em personagens nas páginas de grandes autores, eternizando cenários e modos de vida. Em uma combinação entre literatura e viagem, leitores mergulham em narrativas reais e ficcionais ao visitar esses lugares, reforçando conexões sensoriais com os livros.
Curitiba, Paraná – Dalton Trevisan e a cidade sombria

Dalton Trevisan, um dos maiores contistas brasileiros, usou Curitiba como pano de fundo para suas histórias. Com obras como O Vampiro de Curitiba e A Polaquinha, o autor retrata uma capital melancólica, silenciosa e provinciana. Locais como a Rua Ubaldino do Amaral, o bairro Alto da Glória e a Boca Maldita aparecem nas tramas e ainda hoje são procurados por admiradores de literatura e viagem. A casa onde o autor viveu virou ponto de peregrinação para leitores.
Pantanal – A poética natureza de Manoel de Barros

Com sua linguagem única, Manoel de Barros imortalizou o Pantanal em obras como Livro de Pré-Coisas e Memórias Inventadas. Os poemas falam da terra, da água e da simplicidade da vida pantaneira. Os roteiros organizados por empresas como a NomadRoots permitem vivenciar o território descrito pelo poeta, unindo poesia e paisagem em uma experiência imersiva de literatura e viagem.
Amazônia – Milton Hatoum e a memória ribeirinha

Em romances como Dois Irmãos, Relato de um Certo Oriente e Cinzas do Norte, Milton Hatoum transforma Manaus e a Amazônia em palco de dramas familiares e sociais. As águas, os barcos, os casarões e a floresta aparecem como metáforas do Brasil profundo. Os livros se tornaram referência internacional e colocaram o autor entre os mais traduzidos da literatura brasileira.
Salvador, Bahia – Jorge Amado e os personagens do povo

Jorge Amado é o grande cronista de Salvador. Com obras como Gabriela, Cravo e Canela, Mar Morto, Jubiabá e Dona Flor e Seus Dois Maridos, ele eternizou bairros, tradições e o povo baiano. Os cenários reais ainda podem ser visitados por leitores que desejam conhecer o cotidiano descrito pelo autor. Salvador é hoje um destino perfeito para viver literatura e viagem.
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Vale do Urucuia, Minas Gerais – O sertão de Guimarães Rosa

Em Grande Sertão: Veredas, João Guimarães Rosa narra os dilemas do jagunço Riobaldo em um sertão profundo e filosófico. O cenário abrange o norte de Minas Gerais, Goiás e a Bahia, especialmente a região do Vale do Urucuia. O Parque Nacional Grande Sertão Veredas, criado em homenagem ao autor, oferece trilhas, veredas e paisagens descritas no romance, aproximando os leitores da linguagem e da vivência sertaneja.
Porto Alegre, Rio Grande do Sul – A cidade nos livros de Érico Veríssimo

Érico Veríssimo eternizou Porto Alegre em obras como Noite e Olhai os Lírios do Campo. A cidade aparece em suas ruas, parques, igrejas e no Centro histórico. Seus livros descrevem uma capital viva, marcada por conflitos internos e transformações sociais. “Noite” chegou a ganhar versão cinematográfica, reforçando o apelo visual da cidade como cenário literário.
Paraíba – Ariano Suassuna e o sertão fantástico

Autor de O Auto da Compadecida e Romance d’A Pedra do Reino, Ariano Suassuna usou o sertão nordestino como matéria-prima para sua literatura. Cidades como Taperoá (PB), Sousa (PB) e São José do Belmonte (PE) aparecem em seus textos, misturando realidade e fantasia. A Pedra do Reino é hoje um ponto turístico simbólico para os fãs do autor.
Literatura e viagem como roteiro
Empresas como a NomadRoots vêm apostando em literatura e viagem para unir paisagem e narrativa. Salvador, Amazônia, Pantanal, Paraíba e o Sertão de Minas são alguns dos destinos oferecidos em grupos guiados. Para Paola Gulin, sócia da empresa, essa é uma forma de “aprofundar a leitura e transformar a viagem em vivência literária”.
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